quinta-feira, 22 de maio de 2008

Especial: A Princesa e o Cavaleiro

Ribon no Kishi · Criado por Osamu Tezuka · 1967-1968 (52 episódios) · Direção: Masami Hata, Osamu Tezuka, Yoshiyuki Tomino e Sadao Tsukioka · Roteiro: Osamu Tezuka, Masaki Tsuji e Kappei Noh · Trilha sonora: Isao Tomita · Estúdio: Mushi Productions

Quando Osamu Tezuka (de Astroboy e Kimba, o Leão), em 1954, criou o manga A Princesa e o Cavaleiro inspirado nos temas e estilos dos musicais do Teatro de Takarazuka, que ele costumava assistir na infância –, com certeza, não imaginou a importância que esse seu trabalho teria para o mundo dos quadrinhos e da animação. Para começar, a série estabeleceu um novo gênero, os chamados shoujo – mangás voltados para as meninas. Claro que não demorou para sua criação se tornar um enorme sucesso, rendendo uma radionovela e, em 1967, um dos primeiros animes coloridos. Ao chegar à telinha a saga da princesa Safiri fez outro marco ao ser a primeira a apresentar uma narrativa cinematográfica. Ou seja, os episódios não eram fechados e a história sempre continuava no próximo.

Na TV, o sucesso se repetiu e os brasileiros se renderam aos encantos e ao drama da heroína com dois corações. Ainda hoje é considerado um dos melhores animês já exibidos no país. Uma pena que tenha se tornado apenas uma boa lembrança, já que quase nada sobre Safiri nos restou.

Após a morte de Osamu, em 1991, a série completa foi disponibilizada em laser disc no Japão, com um episódio piloto de longa-metragem inédito na TV e vários extras. O que temos por aqui sobre A Princesa e o Cavaleiro é uma coleção de livros com as histórias produzidas para o mangá e publicadas pela JBC Editora. Estes HQs não são os originais de 1953, mas os publicados 1963 e 1966, que sofreram algumas mudanças de personagens, como a substituição de Mefisto pela bruxa Hell.

Já nos EUA, Reino Unido e Austrália, onde a série é conhecida por Princess Knight, sete episódios foram disponibilizados em VHS, sob o título de The Adventures of Choppy and the Princess, pela Movie Makers, há alguns anos. Outros seis episódios foram lançados sob o título de Choppy nd the Princess, Adventure, além outros três capítulos individuais.

Raio-X: Antes de nascerem, os bebês recebem um coração. Às meninas, o coração é cor-de-rosa, aos meninos, o azul. Graças a um anjinho travesso chamado Ching, a pequena princesa Safiri nasce com os dois corações. Seu pai, o rei da Terra de Prata, anuncia a criança como sendo um menino, resolvendo, assim, o problema da sucessão de seu trono. O segredo de Safiri é mantido para que o corrupto Duque Duralumínio e seu filho, o príncipe Plástico, não tenham a chance de reclamar o trono para si. O anjo travesso é expulso do céu para recuperar o coração masculino que deu à princesa.

Enquanto Ching tenta cumprir sua missão, empreende Safiri cresce como menina às escondidas e aprende a se comportar como um garoto na frente das pessoas. Aos 15 anos, ela conhece Franz, o Príncipe da Terra Dourada, e se apaixona por ele. Mas ela não lhe revela sua verdadeira identidade, em prol de seu reino e de sua vida.

Safiri e seus amigos, inclusive o anjinho, vivem muitas aventuras, enfrentando todo tipo de perigos, de vilões a dragões. A história de Safiri tem um final feliz: ela se casa com Franz e os dois têm filhos gêmeos, um menino e uma menina. As duas crianças se tornaram protagonistas de um gaiden que não foi animado, batizado de Futago no Kishi (Cavaleiros Gêmeos), publicado de janeiro a junho da 1958.

Curiosidades:

* Baseado no mangá homônimo do mestre Osamu Tezuka, a história mostrada na TV corresponde à metade da saga original dos quadrinhos. Criada em 1953, a obra foi publicada primeiro na revista feminina Shojo Club e posteriormente na Nakayoshi.

* Quando a série foi trazida para o Brasil nos anos 1970, vários scripts se perderam, o que obrigou o diretor de dublagem Gilberto Barolli (dublador de Satan) a reescrever os diálogos de algumas histórias. Os roteiros tinham pouca relação com a trama original, mas foram bem estruturados, pois o dublador conhecia bem os personagens.

* Em setembro de 2002, a editora JBC passou a publicar no Brasil a segunda versão em mangá, produzida por Tezuka.

Agora, confira a abertura do desenho


(shirley paradizo)

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