segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Entrevista: Eoin Colfer

Sou uma grande fã de Eoin Colfer, acompanho a carreira do escritor desde que o primeiro livro da saga Artemis Fowl foi lançado no Brasil e adoro sua maneira de contar histórias. Elas são criativas, inteligentes, irônicas e tem o dom de nos prende da primeira à última página. Sem falar que Colfer, como poucos autores, consegue transformar o lugar comum em algo surpreendente. E eu tive a oportunidade de entrevistá-lo na época em chegava às prateleiras do país Pânico na Biblioteca, um livrinho muito bacana e mais infanil que Artemis. Aqui segue a entrevista que fiz na ocasião, para a revista Monet, em novembro de 2005.

É verdade que Pânico na Biblioteca tem um pouco da sua infância?
Sim, ele uma leve inspiração na minha infância. Queria contar a meu filho, que tem 8 anos, como foi crescer com quatro irmãos e escrever algo que ele conseguisse ler. E também quero mostrar aos leitores como ler é valioso e importante para todos. Mas o principal é fazer com que as crianças curtam e dêem boas gargalhadas.

Escrever livros infantis sempre foi uma meta?
Sempre gostei de contar histórias e acho que sim. Na época em que trabalhava como professor primário, tinha o hábito de inventar histórias a fim de despertar o interesse dos meus alunos pelos temas que ensinava em sala de aula. O método deu certo e, então, decidi colocar essas idéias no papel.

Quais foram suas fontes de inspiração?
Sou fã de fantasia desde que aprendi a ler. Adoro Tolkien e C.S. Lewis. Na adolescência, lia sem parar e sempre soube que, se me tornasse escritor um dia, cairia nesse gênero. E foi o que aconteceu com Artemis Fowl.

Esperava que a série Artemis Fowl fosse ter essa repercussão?
Fiquei surpreso. É incrível como uma história escrita em uma cabana na Irlanda faça tanto sucesso no mundo todo. Estou muito feliz com o resultado.

Aliás, nos últimos livros, Artemis está ficando bonzinho. Não acha que essa mudança pode afastar os fãs da série?
Não. Por que, para ele, isso é desafio e muitos obstáculos sempre surgem em seu caminho. Como vilões, sua própria consciência e alguns deslizes.

Você já está trabalhando em uma nova continuação?
Sim. Acho que dessa vez ele vai enfrentar um vilão à sua altura. Uma versão feminina de Artemis. Ele agora é adolescente e com hormônios despertando. Seria interessante ver como ele reagiria ao deparar com alguém tão inteligente como ele e ainda por cima uma garota.

E como ela vai ser? Já tem um nome?
Ainda não sei. É ainda cedo para dizer.


Quando cria um personagem, você se inspira em pessoas que conhece na vida real?
Sim e não. Às vezes, pode conter uma característica de uma amigo, algo engraçado que presenciei ou mesmo um nome que me chamou a atenção... Aliás, o seu é bem diferente... Me parece que tem origem italiana, estou certo? (Bem, disse que sim... e o livro Artemis Fowl - A Colônia Perdida foi publicado no Brasil em 2007 e, para minha surpresa, Colfer batizou a vilã de Minerva Paradizo. Coincidência ou não, gosto de imaginar que, de uma certa forma e bem pequenininha, contribuí para essa história.)

(shirley paradizo)

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