segunda-feira, 6 de julho de 2009

Literatura: Mutts – Os Vira-Latas

O cachorro Duque e o gato Chuchu são os personagens principais do livro Mutts – Os Vira-Latas (R$ 23,00, Devir), primeira versão brasileira que reúne aventuras dos dois amigos das tiras criadas em 1994 por Patrick McDonnell. Por meio de histórias de amizade e da defesa dos animais, o cartunista conquistou espaço em 700 jornais, espalhados por 20 países do mundo e recebeu elogios de veteranos como Charles Schulz, criador de Charlie Brown. Confira abaixo um bate-papo que Patrick teve com a revista Crescer.

Desde quando você faz tiras em quadrinhos?

Desenho e rabisco figuras engraçadas desde que me entendo por gente. Eu sempre quis me tornar um cartunista.

Como você conheceu a arte?
Meus pais se conheceram em uma escola de arte e meus irmãos e eu fomos sempre encorajados a desenhar. Certo dia, encontrei o Snoopy e, com ele, o meu caminho.

Como você começou a fazer tiras em quadrinhos?
Eu me formei na Escola de Artes Visuais de Nova Iorque, fiz ilustrações de humor para muitas revistas (The New York Times Magazine, Time e People) e, em 1994, finalmente decidi seguir meus sonhos e comecei Mutts.

Quais foram suas influências no desenho?
No mundo dos quadrinhos, fui influenciado por Charles Schulz (de Charlie Brown), George Herriman (de Krazy Kat), E. C. Segar (de Popeye), entre outros nomes.

Como você se sente sendo elogiado por Charles Schulz?
Quando eu soube do elogio de Charles Schulz, senti que poderia parar de fazer as tiras naquele momento exato. Havia atingido mais do que poderia esperar.

O que o levou a criar Mutts?
Mutts é a combinação do meu amor pelos animais e pela arte dos quadrinhos. Minha maior inspiração foram meu cachorro Earl, todos os gatos que eu conheci e amei ao longo dos anos e todos os pássaros que cantam do lado de fora da janela do meu estúdio.

Qual é a mensagem que você pretende passar com as tiras?
No início, eu queria devolver um pouco da diversão que tive lendo minhas tiras favoritas. Mas, gostaria, principalmente, que as pessoas entendessem que nós estamos todos conectados e este é o planeta dos animais também.

Como é o público de Mutts?
Tenho fãs de todas as gerações. O comum entre nós é o amor pelos animais e pelas coisas simples da vida.

Como é ver seus quadrinhos em 700 jornais pelo mundo todo?
É incrível pensar que a arte que eu criei no meu pequeno estúdio em Nova Jersey é vista por pessoas em todo o mundo. Isso me faz perceber que nós somos todos iguais e que o mundo é um lugar pequeno.

Você tem alguma ligação especial com o Brasil?
Eu me sinto muito próximo do Brasil e de seu povo. Muitas das músicas que eu escuto enquanto trabalho são brasileiras. Antonio Carlos Jobim e Milton Nascimento estão entre os meus favoritos. Espero que um pouco do espírito brasileiro esteja em Mutts.

O que você diria às crianças que estão aprendendo a desenhar?
Apenas desenhem. Desenhem. Desenhem! E, depois, desenhem um pouco mais.

Qual é a sua principal dica para fazer uma tira em quadrinhos?
Ajuda muito se você escrever e desenhar sobre coisas que você ama.

* texto de marcela farrás, publicado originalmente no site da revista crescer

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