sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Exposição: O Pequeno Príncipe

“Tu te tornas responsável por aquilo que cativas”. “Toda pessoa grande já foi criança um dia”. Quem nunca leu O Pequeno Príncipe na infância? Personagem criado pelo francês Antoine de Saint-Exupéry na década de 1940, o solitário príncipe, que vivia em um asteróide na companhia de sua rosa, conquistou o mundo todo. Hoje é considerado o livro mais traduzido do mundo depois da Bíblia e do Alcorão e não por acaso acaba de ganhar uma exposição na Oca, no parque Ibirapuera, em São Paulo.

Dedicada especialmente às crianças, a exposição, que faz parte das comemorações do Ano da França no Brasil, recria o universo do Pequeno Príncipe e das viagens de avião de seu autor, que também era piloto. “A sensação é de entrar no livro. Também aproveitamos os andares e espaços livres da Oca para transmitir a ideia de um sobrevôo”, conta Felipe Tassara, cenógrafo responsável pela ambientação da exposição junto com Daniela Thomas.

Ao chegar à mostra, os visitantes são recepcionados pelo cenário de uma Paris no início do século 20, com direito até a uma pequena réplica da Torre Eiffel. Também fazem parte do cenário o avião de Saint-Exupéry, o acampamento dele no deserto, a montanha onde o Pequeno Príncipe passava horas refletindo, desenhos originais do autor, livros traduzidos em diferentes idiomas.

O espaço também conta com salas que representam trechos do livro, como o desenho da cobra que engoliu um elefante e os planetas que o personagem visitou em sua peregrinação pelo espaço, por exemplo. Especialmente para os pequenos, há uma instalação que remete ao asteróide B612 (onde vivia o personagem vivia) e que poderá ser escalada. Por fim, as crianças ainda podem desenhar um carneiro (assim como o personagem pede para o aviador na obra) e participar de contações de histórias.

Para a curadora da exposição, Sheila Dryzun, a importância do personagem está na transmissão de valores humanistas. “É uma obra supermoderna, repleta de valores como amizade e cuidado com o planeta”, diz a curadora. Com o objetivo de divulgar esses princípios, as crianças serão convidadas, no fim da visita, a escrever mensagens que gostariam de enviar a outros países do mundo.


Depois, os papéis em formato de estrelas serão “plantados” em uma árvore e farão parte do programa Passaporte do Cidadão Global. “Somos habitantes de um planeta só. E as crianças são as que têm mais noção do que é ser um cidadão do mundo; daí a ideia de fazer com que elas sejam as transmissoras de princípios de paz”, afirma Mônica Serra, fundadora da ONG Arte Sem Fronteiras, idealizadora do Passaporte. “Eu li O Pequeno Príncipe quando foi lançado, em 1946, de uma tacada só, mas continuo lendo essa obra até hoje”, diz François d´Agay, 84 anos, sobrinho do escritor e presidente da Sucession Antoine de Saint-Exupéry, associação que cuida do legado do autor.

“Convivi com meu tio até os 15 anos e sempre me lembro de como ele era imenso, mas tão doce com as crianças, além de um bom contador de histórias”, afirma d´Agay. Ele veio ao Brasil para a abertura da exposição junto com seu sobrinho, Olivier d´Agay, diretor da Sucession. “A exposição é um presente. Saint-Exupéry estaria muito feliz com o que o personagem se tornou”, afirma Olivier.

O Pequeno Príncipe

Onde: Oca - Parque do Ibirapuera, São Paulo (SP), Pavilhão Lucas Nogueira Garcez Parque - portão 3

Quando: de 22 de outubro a 20 de dezembro, de terça a sexta, das 9 às 19 horas, finais de semana e feriados, das 10 às 20 horas. A bilheteria fecha diariamente com uma hora de antecedência do término da visitação. Não abre às segundas-feiras.

Ingresso: R$ 18 e R$ 9 (meia entrada para estudantes e professores com identificação da instituição). Entrada franca para menores de 3 anos, maiores de 60 anos, público especial e grupos de escolas públicas agendados.

Telefone para informações: (11) 3034-6424 ou pelo site
www.opequenoprincipe.com

Visitas monitoradas e agendamento escolar: (11) 3883-9090 ou pelo e-mail atendimento@divertecultural.com.br

* texto de simone tinti, publicado originalmente no site da revista crescer

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