terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cinema: Alvin e os Esquilos 2

Talvez o público brasileiro não se recorde muito bem do desenho animado Alvin, que passou nas nossas TVs nos anos 80. Mas o público americano certamente se lembrou e fez do longa-metragem Alvin e os Esquilos, de 2007, um grande sucesso de bilheteria, com mais de US$ 200 milhões arrecadados só naquele país.

Como não poderia deixar de ser, o filme ganhou uma continuação: Alvin e os Esquilos 2, comédia que mantém a receita da simplicidade e do bom humor para fazer sucesso junto a toda a família. Nesta nova aventura, os irmãos esquilinhos (digitais, mas muito simpáticos e expressivos) Alvin, Simon e Theodore são obrigados pelo seu tutor e “pai” Dave (Jason Lee) a deixar um pouco de lado o show business. A ideia é que eles passem a viver uma vida mais normal, matriculando-se, inclusive, numa escola. Um dilema que lembra as histórias de Hannah Montana.

Porém, assim como quem já foi rei jamais perde a majestade, quem tem talento musical nas veias não consegue ficar longe dos palcos. A diretora da escola dos esquilos é louca por Alvin e seus irmãos, e propõe que eles participem de um show que poderia render um bom dinheiro para salvar o departamento musical do colégio. E assim será. A novidade fica por conta da concorrência de um novo grupo - As Esquiletes - composto por meninas esquilinhas.

Como Alvin e seus irmãos, as irmãzinhas também foram criadas como personagens de desenhos animados, nos anos 80. Alvin e os Esquilos 2 é a pura e simples expressão da comédia de final de ano feita para levar a família inteira ao cinema. Não há grosserias, o humor é leve e divertido, a direção de arte e a fotografia são coloridíssimas, o roteiro é linear e as mensagens são edificantes. Sem surpresas: o Mal sempre perde, o Bem sempre ganha, e as escorregadelas egoístas de Alvin, em detrimento da união do grupo, podem colocar tudo a perder.

O diferencial entre Alvin e os Esquilos 2 e os demais filmes do gênero talvez resida na grande empatia que os três protagonistas conseguem provocar na plateia. Um belíssimo trabalho em computação gráfica realmente dá muita vida e personalidade aos esquilos. Tanto que lá pelo meio do filme já nem nos lembramos mais que eles são gerados por computador, e nem nos importamos mais com o fato deles conviverem com tanta desenvoltura no mundo dos humanos. Se um deles desse de cara com Stuart Little, compraríamos a ideia como verdadeira. É a arte digital feita para servir o roteiro, e não o contrário, como muitas vezes acontece.

Com direção de Betty Thomas, de Dr. Dolittle e 28 Dias, o filme é diversão garantida ou sua pipoca de volta.

Em cartaz: nos cinemas nacionais

Classificação: livre

(celso sabadin*)

* o multimídia e querido amigo celso sabadin é autor do livro autor do livro vocês ainda não ouviram nada – a barulhenta história do cinema mudo e jornalista especializado em crítica cinematográfica desde 1980. Atualmente, dirige o planeta tela (um espaço cultural que promove cursos, palestras e mostras de cinema) e é crítico de cinema da TV gazeta e da rádio bandeirantes.

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