sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cinema: Astro Boy

Com quase 60 anos de idade, o personagem japonês Astro Boy é um dos mais famosos da cultura pop da segunda metade do século passado. Criado em 1951, seis anos depois da bomba atômica ter sido jogada no Japão, por Osamu Tezuka, e lançado na forma de mangá, o personagem sobreviveu a diversas mudanças ao longo dos anos. Passou pela televisão, em preto-e-branco, depois em cores, até chegar a essa animação norte-americana, dirigida por David Bowers (um dos codiretores de Por água abaixo). O apresentador Rodrigo Faro dubla o protagonista na versão nacional.

O filme serve muito bem como uma introdução ao personagem e o começo de uma provável franquia. A história se passa num futuro determinado, quando a Terra se tornou apenas depósito de sucata – robôs e peças que não funcionam mais – enquanto as pessoas ricas moram numa pequena ilha que flutua acima do planeta.

O pequeno Toby é o filho de um cientista escrupuloso e talentoso, o Dr. Tenma. Um dia, o garoto morre acidentalmente num dos experimentos de seu pai – a figura materna nunca é mencionada. À lá Dr. Frankenstein, o cientista constroi um pequeno robô com a mesma aparência de seu filho. Para que o menino ganhe vida, ele coloca dentro da pequena criatura um material conhecido como núcleo azul.

O robô ganha vida e o pai o ama como seu antigo Toby. Ele é bonzinho e fisicamente idêntico ao seu filho, mas sua personalidade é um tanto diferente. Assim, o Dr. Tenma resolve abandoná-lo para viver uma jornada sozinho, em busca da sua humanização – algo bem parecido com a história de Pinóquio. A fábula italiana, no entanto, não é a única referência aqui. Bowers inspira-se em sucessos recentes, como Wall-E e Robôs, para ter certeza de que irá se comunicar bem com as crianças de hoje, que cresceram assistindo a filmes da Pixar e afins.


Em suas aventuras, Astro Boy virá para a Terra devastada, onde robôs e humanos não vivem em harmonia. Um grupo das máquinas prega a Robolução - uma espécie de revolução comunista liderada por robôs. Nem tudo é o que parece ser. Alguns humanos podem ser amigos, outros, nem tanto.

Voltado para crianças pequenas, Astro Boy aposta numa história bastante movimentada e uma animação bem colorida. Sua narrativa, um tanto simples, apesar dos temas complexos que tenta abordar, não deve agradar muito aos adultos que cresceram vendo as aventuras do personagem.

Em cartaz: dia 22, sexta, nos cinemas nacionais

Classificação: livre

(alysson oliveira*)

* texto do amigo alysson oliveira, publicado originalmento no site cineweb, um endereço bem bacana para os amantes da sétima arte

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